sábado, 31 de maio de 2008
Bom dia
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Preguiçoso
terça-feira, 27 de maio de 2008
Serendipidade ou reflexões sobre a vida em geral e pormenores em particular
A solução não era óbvia, a resposta para o problema tardava
Segundo reza a história, Isaac Newton tinha acabado de entrar naquela primeira fase de sono em que ouvimos as vozes muito ao longe e já não distinguimos o sonho da realidade - o que não era de admirar visto que era Primavera (naquela altura na Primavera não chovia) e o senhor estava confortavelmente encostado ao tronco de uma macieira cuja frondosa copa proporcionava uma agradável sombra que não só impedia os raios solares de queimarem as pernas do branquinho Isaac como também aliciava as pálpebras a juntarem-se – quando, num acto provocatório a bela árvore deixa cair um dos seus filhos precisamente no topo da cabeça do seu hóspede provisório. De volta à realidade e com uma pequena dor na parte mais arredondada do seu corpo (era magrinho, não tinha barriga) Isaac responde com um palavrão e um correctivo pontapé na base do tronco, ideia que não se revelou de génio pois estava descalço e uma acção destas ainda dói. Enquanto caminhava de volta para casa para pôr gelo na cabeça e no pé (era um bocado mariquinhas aqui o nosso amigo), por entre uma série de impropérios, Isaac questionou-se “mas porque razão a maçã caiu e não flutuou?” (análises à urina feitas posteriormente confirmaram positivo para consumo de cannabis e derivados) e o resto já todos sabem. Gravidade, leis, contas, complicações.
O que têm em comum estas duas histórias para além de serem escritas por mim? Serendipidade. Termo criado em 1754 por Horace Walpole, define os acontecimentos que misturam a sorte com a sagacidade. O facto da maçã ter caído na cabeça do Newton foi um acaso, um feliz acontecimento (ou não dirá o crânio magoado), uma eventualidade a que todos os que dormem debaixo de uma macieira estão sujeitos. Mas só alguém preparado para dar um significado à efeméride é que desenvolve uma teoria da gravidade a partir de uma queda de uma maçã. Muito bonito, dirá o atento leitor. E tem razão. Se pensarmos em todos os acontecimentos da nossa vida faz muito mais sentido. Quantos passam por nós sem percebemos o que querem dizer? Empreender buscas é necessário, porém só será eficaz se estivermos atentos a tudo o que nos rodeia. As respostas que tanto procuramos podem estar a uma maçã de distância. Tenho a convicção (é bom ter destas coisas) de que nada acontece por acaso, só consigo comparar tudo isto com aquelas montagens de peças de dominó seguidinhas, em que basta um toque para desencadear uma mega reacção. As nossas vidas não são mais que um esquema desses, só que a uma escala maior do que o que está inscrito no Guinness (o livro, não a cerveja). Se tudo tem uma razão de existir, um significado faz sentido pensar nos detalhes, nos pormenores, nos mais pequenos e insignificantes acontecimentos, na sorte, como uma parte do jogo pois como diria Pasteur “o acaso favorece apenas as mentes preparadas”. Contemplar em excesso degenera
domingo, 25 de maio de 2008
Foda-se
domingo, 18 de maio de 2008
Obrigado
Chama-se Rodrigo Bonifácio da Rocha, mas é conhecido como "Tiuí". Hoje deu-nos a Taça.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Metamorfose 2.0
“Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de insecto.
Permaneceu de costas, que eram duras como uma couraça, e, erguendo um pouco a cabeça, conseguiu ver a saliência do seu grande ventre castanho, dividido em nítidas ondulações.
«Ena pá, o que terá acontecido?», pensou ele. «Será que foi do marisco que comi ontem ao jantar?». Gregor, caixeiro-viajante de profissão, era o sustento da família. «Isto não me fica nada em caminho, já está a amanhecer e eu tenho onde estar», continuou absorto em devaneios oníricos, «estou tão cansado, não me apetece nada levantar, até porque esta carapaça ainda é pesada…vou dormir só mais um bocadinho…»”
domingo, 11 de maio de 2008
Obrigado...
sábado, 10 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Enfim...vou falecer ali para o lado.
Não tinha de acabar assim. Bem sabes que te tentei ajudar, não podes negar. Não foi de uma forma simpática, é certo, mas tens de admitir que não és propriamente atraente ao toque. Tentei mostrar-te o caminho da liberdade. Não era bom para nenhum de nós a tua estadia cá
quarta-feira, 7 de maio de 2008
O outro lado da queima (atenção, veículo longo)
Acordo e sinto todos os músculos do meu corpo doridos. Não é bom sinal. O espaço entre cada acordar e voltar a adormecer parece-me de cinco minutos. Na verdade, é de uma hora, dizem-me. Aquele gajo que aparece com a língua de fora tinha razão lá com aquilo da relatividade. Olho para o telemóvel, consulto as mensagens que ficarão por responder e telefono para as duas autoridades competentes. Ainda sou vivo, apesar de das dez horas que dormi. Ainda no escuro do quarto não consigo deixar de ouvir o som constante dos carros que passeiam lá baixo. Diria que é um só, enorme, gigantesco que ainda não acabou de passar. É que não pára. 17.28, diz-me o relógio. Boa. Hora de levantar e inspeccionar o que se passa fora do quarto. A amizade não se compra e assim sinto-me
segunda-feira, 5 de maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
É um bom dia
Mãe faz a melhor sopa. Mãe sabe quando é preciso mais um casaco. Mãe sabe quando vai chover. Mãe sabe tirar nódoas. Seja qual for. Mãe faz o melhor arroz de frango. Mãe sabe quando é preciso descansar. Mãe sabe o que magoa. Mãe sabe que comprimido tomar. Ou pomada usar. Mãe sabe que calças servem. Mãe faz as melhores sobremesas. Mãe sabe quando o coração dói. E sabe qual a melhor solução. Mãe sabe ouvir. Mãe tem catalogado todos os timbres de voz. Mãe conhece as mentiras. Mãe sabe o que dizer. Mãe sabe ser Mãe.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
A verdadeira história do 1 de Maio
Como me safo desta? A pergunta ecoava na cabeça de Jorge desde o fim da reunião com o formador em técnicas de venda. Já tinha tudo programado para a sexta seguinte. Acordaria de manhã, um breve telefonema para comunicar, entre dentes, que as amêijoas à bulhão-pato tinham provocado uma série de efeitos perversos no seu organismo, de entre os quais salientava a forte diarreia que o tem impedido de permanecer afastado da peça de porcelana por mais de 10 minutos seguidos, e por falar nisso, vou ter de desligar e correr com os joelhos unidos. De qualquer modo, hoje tinha varrido um quarteirão inteiro, fechado dois contratos e deixado 3 agendamentos para segunda. Atestada a veracidade da sua falsa doença, nada como um bom banho para acordar e tornar o corpo muito mais apetecível. Cinquenta minutos depois, entre 2 croissants esperar pela Teresa, à porta do seu prédio. Mal a secretária do pai entrasse, arrancariam os dois para um fim-de-semana prolongado muito tórrido e pouco romântico, banhados pelas águas do Mediterrâneo. Quarteira possui uns bungalows a
- Jorge, esta nova linha de actuação é muito interessante. Amanhã irei consigo para testá-la.
- Com muito gosto…Ah! Amanhã é dia 1 de Maio, chefe…
- E então?
- Bom, eu sei que o chefe também estudou estes temas e de certo que se deve lembrar da escola das relações humanas.
- Hum…sim, claro, claro…
- Li um artigo científico que provava que instituir um “dia do trabalhador” aumenta a produtividade e a eficiência dos trabalhadores, no dia de trabalho seguinte. Em 60%! Tem qualquer coisa a ver com a satisfação, motivação e sentimento de pertença. É uma forma de reconhecer o trabalho e encarar o trabalhador como uma pessoa no seu todo, respeitando e valorizando-a. É um incentivo. De certo que também leu…
- Hum, sim…li na diagonal, qualquer coisa…
- E ao que parece, a melhor altura é precisamente no primeiro dia de um mês…lá fora, no estrangeiro, optaram pelo 1º de Maio…
- Então nós não ficaremos atrás de ninguém. Somos uma empresa moderna, que aposta nessas coisas da gestão e da psicologia. Pessoal, amanhã ninguém trabalha! É “dia do trabalhador”!
Jorge sorriu apenas durante uns segundos, o tempo de ler a mensagem acabada de receber. “Vamos ter que cancelar o fim-de-semana. A amigdalite atacou-me sem avisar”.
P.S. – Fui só eu a achar que a entrevista do Jardel para o telejornal da Rtp1 é a derradeira prova que ele anda mesmo metido nas drogas?