Resolvido o problema que assombrava teimosamente os nossos espíritos, debrucemo-nos agora sobre as dificuldades de menor importância. A selecção nacional está nos quartos-de-final. Alguém tem gasóleo que me possa dispensar?
Ora bem, os camionistas estão em greve – e não os camiões, como se lia numa informação do Lidl (que falha, Sr. Lidl, que falha) – quer eles queiram quer não (é por causa do preço do gasóleo não é? Ou estão apenas revoltados com o Mundo em geral?). Toda a gente sabe que uma greve, para ser eficaz, tem de fazer mossa. Meia dúzia de camionistas não fazem mossa. É perfeitamente compreensível que esta meia dúzia tenha obrigado o resto. Solidariedade, caraças. Acontece que o exercício do direito destes senhores, contemplado no Art. 591.º, 1, do CT, com remissão para o Art. 57.º, da CRP, praticado nestes moldes não favorece ninguém. O que é natural, visto que uma greve não tem o intuito imediato de beneficiar alguém. Tirando, claro, o badalhoco aka Zé das Bifanas, que tem servido pequenos-almoços, almoços, lanches, jantares e ceias aos camionistas parados ali na rotunda (ou retunda, se preferirem). Até porque deve haver muito para aproveitar dentro daqueles camiões. Os camionistas não andam, as meninas da via norte não trabalham, os vegetarianos e os manientos com as dietas não comem rúcula e o pessoal não aprecia o Euro em paz porque tem que esperar duas horas para meter gasóleo – a propósito, esta histeria foi causada pelo denominado efeito de bola de neve. Na volta, os stocks não esgotavam se não tivesse sido noticiada a possibilidade de isso acontecer. A partir do momento em que se veicula a existência dessa possibilidade, o problema torna-se real. O que não era passou a ser. Se existia uma fila para abastecer em Lisboa de manhã, no final da noite já todos os postos de abastecimento registavam anormais filas de carros. Censura, gritarão alguns. O povo merece saber! ´Tá bem. Eu não abasteci. Tenho 15 euros investidos no depósito, mais quilómetro, menos quilómetro. E só tenho mais duas bananas.
Não resisti, deixo aqui o que me parece ser a banda sonora que tem de acompanhar os nossos próximos dias.
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