sábado, 13 de setembro de 2008

Acorda-me lá para as duas. A sério

Mais do que concordar, é saber que já dei por mim a pensar muitas vezes nisto. Inúmeras as vezes que já me apeteceu correr às 3 da madrugada assim como cortar o cabelo, ou comer uma francesinha. Nem quero falar de programação decente na tv (entre euronews em repeat, sociedade civil de ontem e programas para ligar mas que as gajas não se despem, venha o diabo e escolha). É durante este período que me lembro que tenho contas por pagar, podia dar um saltinho à loja do cidadão. E outro saltinho à tesouraria da Faculdade para espalhar impropérios enquanto pago a propina. Quem sabe até arranjar o meu disco externo. Admito que também sou vítima do meu próprio ritmo biológico. Isso é porque agora não fazes nada e podes escrever a esta hora ou mesmo ver pornografia, sabes que podes dormir das 5h as 5h (da tarde), dirá o ácido leitor enquanto esfrega o cotovelo. Sim, tem razão. Não só mas também, permita-me acrescentar. Há pessoas que possuem acrofases dos seus ritmos avançados em relação às médias populacionais, pelo que acordam mais cedo e são mais eficientes de manhã (madrugadores, matutinos ou cotovias). Outros possuem as acrofases atrasadas, pelo que tendem a acordar mais tarde e são mais eficientes para o fim do dia ou noite dentro (vespertinos, noctívagos ou mochos). Ora tomem lá. Se os senhores dizem que eu sou mais eficiente pela noite dentro porque me hão-de vocês, caríssimos leitores, massacrar com o tão gasto “deita-te cedo”? Em abono da verdade, eu até deito. Os nossos parâmetros é que não são os mesmos. Voltando um pouco atrás – pornografia? Não. Sim, já agora, um pequeno aparte, pois este tema dará para outra conversa – eu sou homem, os homens vêem pornografia, logo eu vejo pornografia, como todos os estimados leitores masculinos. Confesso aqui a minha preocupação, e saudade porque não admiti-lo, com a crescente escassez de filmes traduzidos para espanhol. Não precisam de ser boas traduções, aceitam-se traduções rudimentares, básicas, até podem não traduzir os brilhantes diálogos, mas quem me tira um “oh sí, dá-me-lo todo” sentido tira-me tudo. Cada vez mais o inglês se afirma como a língua universal e a este passo qualquer dia o “as roto mí ventana, vas ter que llevar con mí polla” ou o “corre-te caríño” não passarão de frases que preencherão as memórias e iluminarão sorrisos de uma geração. Continuando, não por muito mais tempo pois deu-me uma súbita vontade de…fazer uma pesquisa, a noite sofre de maus tratos. Gosto de encontrar algumas justificações últimas nas convenções sociais, iniciadas nos primórdios da civilização quando ainda achávamos o leão um perigo indomável (piada futebolística também), e a noite não é excepção. A noite é para os bandidos, alvitra sempre a minha avó quando me vê sair. Ou é para os gatos? Não me lembro, mas também gosto de gatos. Ok, acredito que no antigamente seria complicado fazer a nossa vidinha sem luz, mas nos nossos dias podiam manter o Lidl ou a Fnac abertas 24h por dia. Eu agradecia. E alguns desempregados também.

3 comentários:

Anónimo disse...

Clap clap clap! que nível...excelente registo com um final arrebatador. Acho que a coisa da noite e dos gatos deve ser qlq coisa como "à noite todos os gatos são pardos", n?

Anónimo disse...

já agora, ass: Mariana

Mestre Chou Riçá disse...

lol, sim acho q é isso mesmo. avós...:D
Obrigado