segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Nada a acrescentar

Sempre os mesmos gestos
Sempre o mesmo olhar
Sempre os mesmos passos
Sempre o mesmo não estar
Sempre o mesmo estado
Sempre o mesmo perder
Sempre o mesmo lado
Sempre o mesmo dizer
Sempre estar em grande
Sempre o mundo a topar
Sempre os mesmos corpos a rastejar
Sempre a mesma estrada
Sempre o mesmo nada

Sempre os mesmos ratos
Sempre camaleões
Sempre o mesmo fumo
Sempre as ocasiões
Sempre o mesmo é encontrar,
pensar, deixar para trás
Talvez amanha, pense outra vez
Sempre a mesma noite
Sempre o mesmo estar-bem
Sempre o mesmo engate
Sempre o mesmo ninguém
Sempre a mesma falta de cor e humor
Para parar e gritar:

Tenho fome de mais
Quero fome de mais

Sempre as mesmas vozes
Sempre as mesmas canções
Sempre o mesmo filme
Sempre as mesmas razões
Sempre as mesmas armas
Sempre o mesmo esquivar
Sempre o mesmo jogar
Sempre nunca lutar
Sempre as mesmas flores
Sempre o mesmo jardim
Sempre as mesmas roupas a cheirar a jasmim
Sempre a mesma calma
Sempre o mesmo "Hoje não"
Sempre falta de luz
E os pés no chão
Sempre o mesmo tecto
Sempre o mesmo medo
Sempre o mesmo não-ser
Sempre o mesmo parecer

Só cheiro o mundo a andar para trás
E sempre a mesma gente a ficar para trás
Aparecem, Acontecem, Esquecem que no fundo
Ninguém sabe o que faz

Tenho fome de mais
Quero fome de mais

Sempre a mesma vida
Encalhada nesse sempre

Fome de mais!

Toranja - Fome (nesse sempre)

2 comentários:

Anónimo disse...

só faltava esta merda...

Mestre Chou Riçá disse...

não, só faltava esta merda. vai masé trabalhar pá! queres é aparecer! e qd é preciso apareceres, ai que estou cansadinho do meu trabalhinho de coninha! e já n tens idade para usar calções.