quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sindicalistas

Hoje há mais uma greve dos professores. O gajo da Fenprof (que já ninguém o pode ouvir) diz que é a maior de sempre. Faz-me lembrar os putos. A minha é maior que a tua, eu jogo melhor porque faço mais fintas, eu sou o melhor de sempre. Acho que já ninguém sabe porque é que se manifestam. A sério. Alguém que saiba que explique nos comentários deste post. Eu percebo que tenham alguns motivos. Todos temos sempre motivos para discordar, faz parte da condição humana. Mas acho sinceramente que já se ultrapassou a barreira do razoável, entrando já no ridículo. Já perdemos a conta às greves dos professores, não me lembro de ver tantas greves assim. Parece-me que o gajo da Fenprof (que para além de já ninguém o poder ouvir, também já ninguém o pode ver) está a retirar daqui muito proveito pessoal (queres é aparecer, como diz O Chato) e político (os sindicatos são comunas e mandam no país se quiserem, depois digam que na Coreia do Norte é que é regime ditatorial...). O direito à greve faz sentido e concordo com ele. No entanto, a greve existe para marcar uma posição e penso que com tanto protesto se vai perdendo o efeito. Já não se sabe que posição se defende (eu pelo menos não sei), não se entende o critério da marcação de greves (é todas as semanas, basicamente), é uma desordem social tão desordenada que ninguém sabe bem o que anda a fazer. O Ministério já cedeu em alguns pontos (pelo menos pelo que tenho lido), os sindicatos não cederam em nada. Haverá culpas dos dois lados, acredito que sim. A Ministra é um pouco arrogante nas declarações, mas a arrogância parece-me não estar só de um lado. No fundo, estamos perante um debate infantil. Como quando uma criança nos pede muito um chocolate, nós não damos de início. Depois de muito custo, damos. E o puto diz "Agora também já não quero". Estes debates parecem-me isso. Os professores agora já não se contentam com as alterações, sejam elas quais forem. Ainda assim, algo me diz que 120.000 pessoas não podem estar todas enganadas... Mas de qualquer forma, há formas mais sérias de mostrar o descontentamento. Este exemplo de desordem e protesto constante não é o melhor exemplo a dar aos alunos...

P.S - Vejam o filme "A Turma" (em francês "Entre les murs"). É um grande filme e é sobre o tema. Passei a respeitar ainda mais a profissão de professor.

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