quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O que queres ser quando fores grande?

Se contássemos o número de profissões que já sonhamos ter, acredito que a todos nós seria impossível contá-las pelos dedos das mãos. As raparigas sempre quiseram ser cantoras, médicas ou bailarinas. Os rapazes preferem ser jogadores de futebol, bombeiros, polícias, cowboys (não é uma profissão e quando temos 8 anos não sabemos da sua conotação homossexual) ou músicos. Eu já quis ser isto tudo (menos a parte das raparigas). Como vocês todos, aposto. Esta ideia mantém-se até aos 10 anos mais ou menos. Depois não sabemos o que queremos. Estamos ali um par de anos sem saber o que queremos. Mas à medida que nos aproximamos da adolescência começamos a ter novas ideias, novos sonhos, novos ideais. Chegamos lá e queremos mudar o Mundo. Queremos ser poetas, defender os golfinhos e entrar para a Amnistia Internacional. Eu sei que vocês também o quiseram. Andamos nisto até começarmos a ficar com a barba mais grossa, altura em que achamos que a inscrição numa “jota” qualquer (seja à esquerda ou à direita, geralmente é à esquerda, porque nesta altura ainda queremos mudar o Mundo) é aquilo com que sempre sonhamos. A ideia é mesmo essa, seguir os sonhos, mudar o país, o Mundo. Depois entramos para a Universidade. Não sabemos bem o curso que queremos (só sabem aqueles que passaram 98% do seu tempo a estudar). Escolhemos um curso. Por influência grupal, achamos que queremos uma engenharia. Uma qualquer. Vai dar emprego e dinheiro, mesmo que só acabes o curso 15 anos depois. Depois não temos bem a certeza. A Matemática, a Física, a Química e por aí fora, são sempre factores decisivos. Para mim foram. Depois vemos um curso que achamos que vamos fazê-lo dentro do tempo estabelecido nos currículos da Universidade, a meio alteram esse mesmo tempo, fazem-nos correr não se sabe bem para onde nem porquê. E nós que sim, que agora é que vai ser. Vamos acabar o curso e ser presidentes executivos da Google. Ou vamos trabalhar no CSI. Ou vamos treinar o Milan, porque com os nossos conhecimentos todos, aliados a um curso de treinador – como tem o Sá Pinto, por exemplo – vamos ser o próximo Mourinho. Acaba-se o curso e pensa-se “E agora?”. Agora continuas, que é para não te armares em fino. Tiras um mestrado. Porquê? Porque sim, que eles agora exigem isso. Senão corres o risco de não ser ninguém. Porque nós não somos ninguém até ao momento em que ostentamos nos nossos cartões (de estudante, do clube de futebol ou do clube de vídeo) o Dr. ou o Eng. antes do nome. Um grau académico antes do nome? Mas tá tudo parvo? O nosso nome vale mais do que qualquer grau académico. Mas não é isso que nos ensinam os doutores, os engenheiros, os mestres, os gurus. E é nesta altura, em que chegamos perto desses graus, que questionamos tudo o que fizemos e o que não fizemos. Porque continuo a alimentar a crença de que tudo o que fazemos tem consequência, tem um motivo. E isto há de ter alguma utilidade. Por enquanto, prefiro pensar que vou ser jogador de futebol.

6 comentários:

Anónimo disse...

Acho que estás a precisar de uma Orientação e Desenvolvimento Vocacional mais aprofundado...
Não te preocupes, eu trato disso =)

Dora

Anónimo disse...

Eu tb tenho esperança de ainda vir a ser jogador de futebol. Ainda sonho com o dia em que o Mourinho, ou o Ferguson, ou o Wenger, ou o Guardiola, ou até msm o Jorge Jesus:) (ou todos. Se o Jesus organizar um jantar em casa dele, e convidar os outros todos. Pra comerem assim um arrozinho de cabidela...)vao entrar no Carlos Amarante a um domingo à noite pra ver se descobrem algum talento emergente, ficam fascinados com as minhas capacidades, e andam todos à porrada pra ver quem me contrata...

Ou isso acontece, ou então logo se vê o q vai acontecer... É q isso de ter Dr. antes do nome ainda dá trabalho lol

Abraço,
Mendonça

Anónimo disse...

eu ainda tenho a convicção que vou ser comerciante de tofu em okinawa no japão.... ;)

mateus

Mestre Chou Riçá disse...

há que aguentar com almoços no recheio cheio, entre entre, noites de pes, viagens por esse mundo e com a convicção de qe a vida tem de ser mais que questionários, projectinhos e sinhores.

Anónimo disse...

eu quando era pequeno queria ser pinante.

Anónimo disse...

Yo quiero ser como tu!
Quiero ser um mono!