terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Síndrome da caixa errada

Ou existe um esquema nacional, género apanhados, que dura há uns anos, ou então não sei mesmo escolher caixas de supermercado. Como as conspirações não fazem o meu tipo, resta-me a certeza da minha incapacidade. Começo a procura numa ponta, vou percorrendo os números enquanto avalio – tamanho da fila, idade do cliente, tipo de produtos, lotação do tapete, género (já não se diz sexo) da pessoa que está na caixa e lambilidade da mesma. Tudo isto enquanto me aproximo da saída, sempre na esperança de encontrar uma em que o tempo de espera seja diminuído – inevitável, quanto mais me aproximo do fim maior a quantidade de pessoas. Volto um pouco para trás e avisto duas que me parecem boas soluções. A escolha parece fácil – menos concorrida, apenas uma pessoa já na fase final, prontinha a pagar, menina de casaquinho vermelhinho de malhinha pronta para me atender. Decidido, deposito as três compras no tapete preto. Porque não anda? Afinal, as papaias amorosamente escolhidas pela senhora não estão pesadas. Quer que peça à menina dos patins para as pesar? E a massa para bolos não tinha esse preço marcado, não se importa de confirmar também? Claro, sem problema, afinal de contas eu é que não tenho pressa, recebo o mesmo. Já sabia, oh sorte! Agora também não posso mudar, tenho pessoas atrás de mim e existe um código de ética a cumprir. Tudo pesado e confirmado, vai pagar com cartão. Olhe que não está a dar, que deve ser problema de comunicação com o banco, que é melhor ir levantar, tem um multibanco já ali. Quando finalmente começo a ver os meus artigos serem inspeccionados pela luzinha vermelha, já passaram por mim, de sacos na mão e sorriso no rosto, todas as pessoas que chegariam depois de mim às caixas que eu achava não serem boas opções.

2 comentários:

Anónimo disse...

é isso e o "esta caixa vai fechar!"

Mariana disse...

ahahah!