Olá e adeus

O primeiro passo é sempre o mais difícil. Em discurso e na minha imaginação o desejo e vontade de viajar, escapulir-me, inflamam e conduzem toda a minha acção. Porém, basta uma tarde livre, de sol e calor para deitar todas as teorias por terra. Seja pela real preguiça, seja pela liberdade repentina, a verdade é que perante a possibilidade de uma viagem até à praia o sono parece insuportável e o sofá acolhedor. O primeiro passo é sempre o mais difícil. Depois de começar só a rotina me detém. Passo a explicar com a ajuda de um gráfico imaginário. Eixo vertical – vontade, prazer, etc e tal; eixo horizontal – tempo. Tudo começa cá em baixo, contrariado, arrasto este corpo pesadão para fora da cama e atiro-me aos leões. A brisa fresca que naturalmente advém da mudança faz-me sentir numa autêntica lua-de-mel. Devoto à causa, com uma convicção em nada inferior à de um qualquer jornalista e a necessidade de um guarda-redes para o Benfica. Atinge-se o pico da emoção. Inevitavelmente, a ilusão dissipa-se em defeitos exagerados. A rotina e o cansaço completam a curva do gráfico e iniciam um novo ciclo, cada vez mais rápido e curto. Tudo isto para dizer que estarei ainda mais ausente destas andanças. Não que sintam a minha falta, nem eu tenho saudades vossas seus voyeurs. Mas uma explicação fica sempre bem. Vemo-nos num qualquer festival, por favor, não me peçam comida nem bebida à pala. Não sejam chulos nem interesseiros, não estou para vos aturar. A menos, claro, que sejam o midas do futebol moderno, JJ para os amigos.