quinta-feira, 10 de abril de 2008

E este tempinho, heim?

O dia não estava disposto a ajudar. Cinzento, molhado, desagradável. Daqueles dias que juntam tantas nuvens escuras e densas que nos fazem sentir sufocados, com pouco ar para respirar tal a proximidade do céu. Gosto destes dias quando posso estar deprimido à vontade. Adormecer com o som das gotas a esmagarem-se contra a persiana e dos carros a deslizarem na estrada molhada. Gosto quando posso ficar a percorrer todos os centímetros da minha cama. Gosto quando me levanto da cama apenas para vestir as calças de fato de treino e arrastar-me para o sofá. Mas quem é que afinal faz mesmo o que quer? A muito custo e com muito sofrimento levantei-me. Nesse preciso momento soube que não ia ser um dia fácil. Que dor de cabeça! Daquelas que só de olhar dói. Daquelas dores que só afectam a testa mas não nos deixam sorrir. O que se faz quando acordamos mal dispostos e temos que nos levantar por obrigação para enfrentar um belo dia húmido e cinzentão? Ah, e temos por companhia indispensável uma dor de cabeça que não nos deixa ouvir ou ver o que quer que seja? Vamos para eventos sociais, repletos de pessoas, barulhos e futilidade (também evitamos ouvir a RFM). Resposta óbvia. E o que fazem as pessoas nestas situações? Falam e batem palmas. Óptimo para quem está com uma dor de cabeça espectacular. E o que fazemos nós nestas alturas? Convivemos e sorrimos. Só que a minha dor de cabeça não permite sorrir e a minha vontade está longe de convívios. Por mim desaparecia já. Para longe. Bem, não precisa de ser para longe, basta é não haver ninguém por perto. Começo a sentir aquela sensação de sufoco, claustrofobia. Tantas obrigações...responsabilidades...Não quero estar aqui! Nota-se na minha expressão? Não há forma de nos evaporarmos sem ninguém reparar? Não? Mas devia haver. Lembro-me dos mails que recebo diariamente. Dá mais valor à vida, olha como ela é curta. Aprende a valorizar os pormenores, as pequenas coisas. A vida é bela! Realmente, de que me queixo? A família está porreira, o coração vai andando, tenho amigos, uma casa, não passo fome. Tudo bem que não paguei a conta da luz do mês passado e o depósito está na reserva e a minha conta só diminui. Mas o dinheiro não é tudo na vida, certo? O importante é saúde. Os meus problemas, dúvidas e incertezas nem são assim tão importantes e o esforço que faço para sorrir e acompanhar uma conversa nem é assim tão grande (de qualquer forma a dor é tanta que já nem a sinto). Agora que penso bem, isto deve ser a minha sinosite a atacar em força. Cansado, com pouca vontade para sair da cama, incapaz de me concentrar, dores de cabeça...Que estupidez a minha julgar que seria outra coisa qualquer. Afinal não sou nenhum McCandless, ou em português, um Variações. Então como se resolve um dia destes? Sentindo a água a acariciar o corpo (a do chuveiro, não a fria da chuva), um Zyrtec e cama.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cura-se c/ mt miminhos!!!!

Flora

Anónimo disse...

Até tos dava, passada a dor de cabeça...descansa que o corpo é que sabe.

Anónimo disse...

Mestre Chou Riçá, aposto que o seu anónimo tem papo!!!!


Fil ;) ihihihihihi