sábado, 1 de novembro de 2008

As convicções não mudam

Dias dos nossos santos

Que engraçada que é esta romaria aos cemitérios! Ainda bem que, no meio de tanta agitação e trabalho, conseguimos ter um dia por ano para nos lembrarmos dos que já não estão entre nós. Acho mesmo que eles ficam muito contentes (se é que ainda conseguem sentir algo) por nós dispensarmos umas horitas do nosso curto ano para os visitar. Parece que os estou a ouvir (por muito mórbido que seja...): “ Ena pá! Já não via tanta gente por aqui a mexer-se desde o dia em que me vieram dizer adeus!”. E ele é jarras coloridas cheias de cruzes, flores de plástico, bem vistosas, velas a pilhas, porque as outras apagam-se durante a noite e isto ainda tem que durar algum tempo, varrem-se jazigos, lavam-se campas, visitam-se outras que ficam ali ao lado, mas que bom aspecto com que aquilo fica! E ai de quem demorar menos que o tempo socialmente aceitável – não sente falta nem está triste! E neste dia temos que estar tristes, porque é dia de nos lembrarmos, logo é dia de sentir falta.

Bem, começa a ficar na hora de nos prepararmos para logo, joga o Glorioso e uma vitória vinha mesmo a calhar, por isso vamos torcer e sofrer. Hipocrisia? Não, sincera falsidade admitida...Não passa de uma questão de fé – acreditarmos no que queremos para continuarmos a sobreviver.


2 de Novembro de 2006 (e ainda actual, até mesmo no Benfica)

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